Abatimento de poeiras:

Existem condições específicas relativas a espaço e características das poeiras, em que a instalação de filtros se torna impraticável. O sistema de abatimento é a alternativa que consiste na atomização controlada de uma mistura de ar comprimido com água nas zonas emissoras, tendo como resultado a criação de um “nevoeiro” que provoca a precipitação das poeiras.

Redução do índice de poeiras

TIPOS DE POEIRAS

Em função do tipo de materiais e da sua granulometria, a emissão de poeiras tem origem em todos os processos provocados pela extracção, transporte, descarga, britagem, crivagem, e armazenamento, bem como por toda a movimentação de veículos que circulam nas instalações envolventes.
Designamos por poeiras as partículas finas que se desagregam de outros materiais devido a choques ou movimentos do ar e que se encontram em estado livre à superfície ou em suspensão na atmosfera.
Estas partículas, como a generalidade de outros poluentes que existem em suspensão no ar, são absorvidas pelo aparelho respiratório.
Como resultado uma percentagem das mais finas, com tamanho menor que 3 microns, logo não visível à vista desarmada, tendem a atingir os alvéolos pulmonares e penetrar no sistema circulatório, provocando irritações e reacções químicas que podem actuar em células de alguns órgãos, como os rins, o fígado, o cérebro…

As partículas entre os 3 e os 10 microns são normalmente retidas numa parte do aparelho respiratório – traqueia e brônquios – de onde são eliminadas por efeitos naturais como a tosse e outras defesas do organismo, sendo o seu efeito menos acentuado. Acima dos 10 microns as partículas são de uma forma geral “ filtradas “ pelos cílios nasais, e não chegam a entrar no aparelho respiratório; podem, contudo, ser absorvidas pelo aparelho digestivo criando problemas nos seus órgãos. As partículas mais grossas, que são visíveis a olho nu, normalmente apenas provocam sensação desagradável ao nível da pele, e salvo casos raros não são prejudiciais para a saúde.

As características das poeiras emitidas por um processo de extracção mineira ou pedreira, ora muito secas ora muito húmidas, coloca dificuldades de captação com tubagens, ficando estas rapidamente bloqueadas, e de separação com os filtros, podendo estes ficar colmatados quando as poeiras se encontram excessivamente húmidas.
Para além desta condicionante, acrescem os factores de espaço, que são normalmente muito reduzidos.

A pulverização de água com aditivos químicos baseada na utilização de água quantidade significativa, pode criar problemas ao nível do excesso de humidade nos equipamentos, sendo a utilização de produtos químicos de evitar sobretudo em espaços relativamente fechados.

Destas condicionantes resultou um método que procura a partir dos princípios aprendidos com a natureza – o nevoeiro – recriar um ambiente mais húmido, sendo antecedido com a tentativa de confinar as poeiras nas zonas onde são emitidas, obrigando-as a precipitar com um relativo aumento na humidade no produto e no meio ambiente.

O nevoeiro resulta assim das velocidades e pressões de água e ar combinadas num labirinto onde se desenvolvem ondas de choque, designado por atomizador, que provoca a quebra das gotículas de água, em partículas microscópicas com tamanhos entre 1 e 10 microns.

No caso da pulverização a dimensão das gotas de água é de cerca de 1 mm, logo de 100 a 1000 vezes superior ao conseguido com a atomização. Naturalmente que este nevoeiro criado com o sistema aconselha a que em locais menos iluminados, sejam revistos os métodos de iluminação, para que a visibilidade não seja reduzida com este excesso de humidade na atmosfera envolvente.

Ainda como resultado deste princípio e de acordo com experiências realizadas, constata-se normalmente que em muitos processos as partículas finas estão carregadas com cargas negativas enquanto as gotículas provenientes dos bicos de atomização têm cargas positivas, sendo este factor mais um contributo para a aproximação e precipitação do conjunto, com aumento da eficiência desejada.